sábado, 13 de junho de 2009

Flashbacks

1. Eu tinha uma teia dos sonhos na beirada da minha cama, foi presente da minha prima, eu não sabia se funcionava ou não, mas não ousava tirá-la de lá. Meses depois, Pingo, meu cachorrinho da época, entrou dentro de casa, mordeu, quebrou e rasgou a minha teia dos sonhos. Depois de dar uma bronca nele, fui ver o estrago. Irreversível. Fiquei desesperada achando que seria assombrada por pesadelos para o resto da minha vida. Realmente, naquela noite eu tive um pesadelo. Acordei, olhei a teia e pensei "funciona!", mas logo esqueci e relaxei. Hoje justifico o meu pesadelo com o psicológico, é óbvio que uma criança assustada com a possibilidade de ter um pesadelo, ficaria pensando nele até cair no sono e consequentemente o teria!

2. Toda vez que eu viajava eu observava o céu o tempo todo. Eu sonhava conseguir ter a percepção da mudança de cores do final da tarde. Eram tons tão lindos, tão encantadores, que eu queria ver quando é que aquele azul-céu começava a virar laranja-pôr-do-sol, e quando que o laranja-pôr-do-sol dava lugar ao azul-marinho-noite. Nunca consegui. Os meus olhos sempre iam se acostumando com a mudança sutil das cores e quando eu me tocava, já estava tudo mudado. Mas eu me encantava mesmo assim.

3. Toda vez que eu assistia Fantasia eu ficava com vontade de ser metade humano, metade cavalo. Eu fazia do meu cobertorzinho um rabão de cavalo e ficava desfilando, sozinha, imaginando como seria ser metade cavalo.

4. Eu brincava muito sozinha. Quando a Barbie já tinha casado, e os bichinhos de pelúcia já tinham se aventurado eu ia brincar com os lápis de cor. Mas não de desenhar. Eu desenhava mais na escola. Eu fazia famílias com os tons e inventava mil histórias. Os brancos sempre ficavam excluídos. Irônico, não?

5. Lembro que já fui à sua casa.

Hoje a tarde foi linda, solitária e nostálgica.

Um comentário:

Unknown disse...

Estou tentando entender o por quê de diarreias mentais... Luiza, você me surpreende. Nostalgico, sem dúvidas, mas me senti lendo uma crônica na folha de são paulo. ponto.
Um abraço caridoso para uma amiga carinhosa!