terça-feira, 30 de julho de 2013

É bonita e é bonita.

Acabei de ver um vídeo lindo que foi o gatilho pra esse post.
É um vídeo da Jade Beall mostrando o corpo das mulheres depois da gravidez.
Depois da gravidez nenhuma mulher é a mesma, tudo muda na vida, por que o corpo não deveria mudar? Muda sim e fica lindo. Fica marcado para a vida como um corpo que já teve um filho! Quer marca melhor? Nenhuma tatuagem chega aos pés disso.
E eu não sei bem quem culpar, sociedade, cultura, mídia, religião, política, não sei mesmo, mas há muito tempo uma soma disso tudo vem controlando a mente das pessoas e ditando o que é bonito e o que é feio. E isso me mata. Como pode existir um padrão de beleza? Que ideia é essa? Nossa espécie tem tantas variações, nossos genes são tão diferentes, como decidir e impor esse padrão Barbie pra todo mundo? É muito errado isso. E é triste demais ver como é difícil mudar isso na cabeça das pessoas!
Eu sei que isso se aplica a homens e mulheres, mas ah, as mulheres... em meio a tanta luta pra serem tratadas do jeito que merecem ainda sentem essa necessidade de encaixar num padrão de beleza imposto por sei lá quem. Isso me entristece demais. Primeiro por eu perceber que existe um pouco disso em mim. Segundo por eu perceber o quanto isso é forte. Mais forte do que uma amiga ou uma mãe dizendo “você é linda”.
O espelho virou um inimigo. Ninguém se olha pra se admirar, apenas pra procurar defeito, pra ver se a maquiagem deixou de esconder alguma cicatriz, se o cabelo está tampando as orelhas, se a saia está tampando as coxas, se a bota faz a perna parecer fina, se o tênis a faz parecer grossa, se a blusa está deixando escapar a barriga... e isso tudo é muito triste.
Sou fã das mulheres que se acham bonitas, que se admiram, só nunca conheci nenhuma.


Um brinde à diversidade.

domingo, 21 de julho de 2013

The day I met him

E esse é um dia que eu nunca vou esquecer.
Conhecer ídolos é fantástico, chegar perto de uma pessoa que você conhece há anos, que admira, que ajudou a sua formação, é inexplicável. Só chegando perto pra sentir mesmo. Pode parecer que não tem graça, que passa rápido, que não significa nada. Mas só sentindo pra saber.
Agora, ele não é simplesmente uma pessoa que eu admiro, que gosto do que faz, de como faz, das atitudes, do estilo, não é um ídolo qualquer. Ele foi meu primeiro amor. Foi mesmo! Numa idade em que nada disso passava pela minha cabeça ele veio me mostrar algo novo. Ele é um marco na minha vida, pra sempre. Antes de hoje eu já afirmava que ele era, com certeza, a pessoa mais linda desse mundo. Depois de vê-lo de perto, muito perto, mas muito perto, eu digo que ele é mais lindo que qualquer coisa e em qualquer lugar.
Eu tive muitas horas pra pensar no que falar pra ele, e eu planejei várias coisas. Mas quando ele chegou perto eu só consegui olhar. Tudo aconteceu em slow motion. Foram alguns segundos, mas vou lembrar pra sempre com muito carinho. Eu fiquei olhando ele se aproximar, assinar e sorrir pras pessoas em volta, e quando foi a minha vez eu só pedi pra ele assinar. Fiquei olhando pra mão dele enquanto ele assinava. Depois agradeci e continuei olhando pra ele, pra fazer meu cérebro registrar perfeitamente o quão mais bonito ele é ao vivo. Aí pensei “eu não disse nada, tenho que dizer alguma coisa!”, como ele ainda estava perto, eu disse “you’re gorgeous” e recebi de resposta...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Johnny Depp. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram.

Ele disse “oh...” e me olhou de verdade nos olhos. E eu posso esquecer qual é a data exata de hoje, qual o dia da semana, o que foi exatamente que eu disse, o que ele disse, o que ele estava vestindo, que horas eram... mas eu nunca vou esquecer aquele olhar. E isso é único.


Hoje, dia 21 de julho de 2013, domingo, foi o dia em que eu vi o Johnny Depp. E ele me viu.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sobre as pessoas que conheci aqui.

Eu tive uma estratégia muito errada. Eu sou bem antissocial, sei disso, sou difícil pra fazer amigos, demorei muito tempo pra enturmar na minha universidade, e quando finalmente enturmei, vim pra cá, e agora não vou me formar com ninguém.
Mas, como eu ia dizendo, eu fiz escolhas muito erradas no começo, quando cheguei aqui, e isso não me fez bem agora, no final. Eu vim com a cabeça de que brasileiro é tosco até que se prove o contrário. E a tosca fui eu.
Eu tive a sorte de conhecer ainda no táxi, vindo do aeroporto pra casa, uma brasileira que me “provou o contrário” de cara. E nesse caso posso dizer que fiz uma amizade linda, pra vida toda. E por quê? Porque eu tive um ano todo pra cultivar isso, pra me apoiar e dar apoio, pra conversar e conhecer, pra criar um laço tão forte quanto família. Com uma pessoa. Uma.
Sim, eu conversava com todo mundo, é claro. Mas eu estava fechada, preconceituosa mesmo. Que erro!
Eu estava cercada de pessoas maravilhosas, de pessoas carinhosas, deliciosas de passar o tempo junto, e eu ignorei, só pra não falar que vim pra Inglaterra e fiz amigos brasileiros.
Enfim, o tempo passou e as pessoas foram se aproximando de mim, ou eu delas, não sei bem quem deu o primeiro passo, só sei que, pouco a pouco, fui conhecendo melhor as pessoas e fazendo amizades incríveis.
E agora tenho duas dores. Uma é a dor do arrependimento, por não ter me aproximado antes. É visível como as pessoas tem laços fortes entre si, laços que eu evitei e agora quero pra mim. E a outra dor é da saudade. Não a que eu carrego comigo desde que vim pra cá, essa tá aqui, muito bem alimentada e crescendo como um tornado. Mas a da saudade que eu sei que vou sentir. E aqui nem estou falando de Londres, estou falando das pessoas. Porque o Brasil é enorme. Aqui todo mundo mora a degraus de distância, mas lá... fiz amigos do sul ao norte. E no Brasil num tem trem delicioso e barato pra ir visitar. Vou voltar e vou acompanhar pelo Facebook as pessoas que já tive como irmãos.

Dedicado aos amigos daqui, tão queridos.

E me desculpem por julgá-los mal. Como eu disse, a tosca fui eu. Vocês são incríveis.