quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O vazio

Acho triste perceber quando um relacionamento é vazio.
Eu passei por isso há alguns dias. Reencontrei pessoas com as quais eu já sabia que não havia mais relacionamento algum. Houve, durante um tempo da minha vida, e foi bom, foi memorável. Mas rompeu-se, sem chance de voltar. Acontece que, por mais que eu já soubesse disso tudo, encarar isso e perceber no ato é difícil.
Eu ia dizer um “oi” de longe e tentar não encarar essa situação, mas falhou. Essas amigas pararam e me cumprimentaram, uma a uma, com um abraço frouxo e um beijo de bochecha com bochecha. Alguns segundos de constrangimento, pela total falta de assunto, e a finalização com um “até mais então”.

Esse vazio começa quando você pergunta “tudo bem?” sem se interessar pela resposta. Quando você sente que parar para dar um beijinho é obrigação. Quando você cumprimenta sorrindo e tira o sorriso da cara assim que passa. Quando você esquece o que a pessoa tinha de interessante. Quando você esquece o nome.
Esse é o tipo de relação que todo mundo tem com pelo menos 50% das pessoas no seu orkut ou facebook. Ou vai dizer que você não adiciona a sobrinha do ex-marido da sua vizinha?
É desnecessário e constrangedor.
Mas é triste quando um relacionamento se torna vazio, quando a pessoa significava alguma coisa que você não lembra.