quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vassoura d'água

Foi só reclamar da falta de motivos para a acidez que comecei a reparar de novo nas coisas que me incomodam.

Ontem, num curto espaço de tempo, passei por três "luzes-de-inspiração" usando as famosas vassouras d'água, conhece? É a mais comum de se ver, usada bastante por empregadas desinformadas e por velhinhas mofadas. Identificar uma vassoura dessa é bem simples, são compostas por:
~ uma mangueira bem comprida - para alcançar desde o quintal até a rua, garantindo que nenhum balde seja usado;
~ uma torneira bufante - porque se for muito fraca não faz pressão suficiente para varrer e não garante aquela babinha que fica escorrendo na boca mal emendada da mangueira;
~ inúmeros remendos de borracha - daqueles de câmara de ar;
~ um dedão gordo - porque se for muito magrelo não dá conta de fechar 3/4 da boca da mangueira;
~ ócio - afinal, para varrer uma calçada inteira é necessária uma tarde inteira, no mínimo.
Geralmente os usuários da vassoura se encontram com a barra da calça dobrada até o joelho, uma havaiana branca e azul clara, gasta no calcanhar, e em processo de decomposição cerebral.
E pode reparar, quando encontrar um usuário ele estará provavelmente entretido com uma folhinha seca que entrou no vão da calçada e não sai com a força da água. Ou então tentando varrer uma mancha da calçada. Ou ainda, conversando com a vizinha, ambas, distraidamente, varrendo lugares que já estão limpos.
Mas é normal, alta tecnologia.

Obs.: é, eu sei que esse texto está cheio de preconceitos, mas são baseados nos três dementes que vi, e nada além disso.

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