quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Entre outras mil, és tu...

Mês passado eu fui ao PSIU pra fazer a segunda via da minha identidade, porque não posso tirar carteira de motorista com aquela foto de criança. Bom, peguei uma senha e fui sentar. Depois de alguns (muitos) minutos, chamou a minha senha.
- Eu gostaria de fazer a segunda via da minha carteira de identidade.
- É pra exame de direção?
- Sim.
- Você tem a primeira via aí?
Entreguei-lhe a primeira via.
- É, você vai ter que esperar 30 dias para as suas digitais serem liberadas.
- OK, volto daqui 30 dias então. Obrigada.
Se passaram pouco mais de 30 dias. Voltei ao PSIU hoje. Na hora de pegar a senha:
- Senha pra que?
- Segunda via da carteira de identidade.
- Perdeu a outra?
- Não, é pra tirar carteira de motorista.
- Ah, sim. Você vai ter que ver se suas digitais foram liberadas e voltar aqui depois.
- É, eu sei. Obrigada.
Caso não tenha ficado claro, precisei pegar uma senha para verificar se as digitais foram liberadas. Esperei, mas não muito desta vez. Número 96, that's me!
Na hora de sentar no guichê de atendimento, uma mulher invadiu o meu lugar pra perguntar o que precisava pra tirar a segunda via da carteira de identidade. Ignorou as ordens da atendente até que tivesse as informações que queria. Conseguiu. Agora sim, minha vez. Afinal, senha 96 sou eu, né dona?
- Eu queria verificar se as digitais foram liberadas pra tirar a segunda via da carteira.
- Ah, sim. A primeira via ta aí?
- Sim, aqui.
- Suas digitais foram liberadas. Agora você vai ali com aquela moça da senha pra agendar pra tirar a segunda via.
- Ah, tem que agendar é?
De volta ao guichê da moça "simpática" da senha, que agora estava saboreando um sorvete que derretia horrores. Sem querer atrapalhar o malabarismo dela, de querer chupar o sorvete de todos os lados ao mesmo tempo, eu pedi a ela para agendar para eu tirar a segunda via, enquanto ela me olhava com a boca ocupada demais para dizer "pois não".
Largando do sorvete...:
- Trouxe os documentos?
- De que eu preciso?
Com um ar de quem quer se livrar de mim, ela me deu um papel com a série de documentos que eu iria precisar para agendar, e voltou ao sorvete.
Ou seja, eu preciso de um monte de coisa (que ninguém me avisou antes) para voltar lá, num outro dia, e simplesmente agendar. Aí, no dia marcado, eu preciso ir ao banco, pagar a taxa (que tem que ser paga no dia agendado) e ir ao PSIU para conseguir tirar a segunda via.
E aí, se tudo estiver certo, eu espero mais algumas semanas para finalmente ter o documento. (...)

Fui até a papelaria comprar um papel que precisava para tirar a segunda via. Cheguei lá, me aproximei de onde estavam as 6 funcionárias, desocupadas e conversando, e esperei alguns segundos. Depois de perceber que a minha presença não foi notada (porque eu não sabia que trabalhavam seis moças cegas lá, eu juro!) eu pedi pelo papel. Sem nem interromper a conversa, uma delas passou o dedão na língua, tirou duas folhinhas de um bloquinho cinza e me entregou. Eu confirmei "as duas folhas que preciso estão aqui?". Ela fez que "sim" com a cabeça, sem interromper a frase que falava com as outras.
- Obrigada. (...)

Mais tarde, fui em uma outra papelaria para comprar papel para a maquete. Ao atravessar a rua, na faixa, eu tive que desviar de um carro que ficou em velocidade constante enquanto o sinal não abria. Ele foi avançando calmamente, até que, quando o sinal abriu, o carro já estava passando da faixa de pedestre.

E aí eu pensei: "... Brasil, ó pátria amada."
(Mayra's photo)

Um comentário:

Lisbeth disse...

Pátria amada,Brasil!Eta burocracia da porra,depois quer ser desenvolvido.