It doesn't, and you can't, I won't, and it don't, it hasn't, it isn't, it even ain't, and it shouldn't, it couldn't.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Blue Valentine
Não vou contar a história do filme, mas houve vários momentos em que me emocionei. E em nenhum momento eu estava feliz. Por mais que as cenas fossem felizes, eu chorava de tristeza.
Não me lembro de ter me sentido assim, como estou agora, com nenhum outro filme. Eu já terminei vários filmes em prantos, me emociono com uma certa facilidade. Mas eu não terminei este em prantos. Eu terminei triste.
Um pouco depois do fim eu tentei conversar sobre o filme com o Igor. Não consegui ir longe, meu olho ardeu e me deu um nó na garganta. E eu também vi os olhos dele se molharem.
Mudamos de assunto. Antes de vir embora pra casa eu só reforcei o quanto eu tinha gostado do filme, mas não tentei mais conversar sobre ele.
No carro, voltando, chorei o percurso todo. Me dói, parece que foi comigo, parece que eu realmente tenho motivos pra ficar triste. Ainda no carro eu tentei me convencer a parar de chorar pensando nisso, que não é comigo, não tem porque eu ficar assim.
Quando as cenas me voltam à mente, quando começo a remoer tudo o que aconteceu no filme, me dá vontade de chorar de novo.
Em conflito com a tristeza que estou sentindo está a felicidade de ter visto um filme tão bom. Realmente muito bom.
Não indico pra qualquer pessoa.
Não deve ser visto num dia triste, mas também acho que não deve ser visto num dia totalmente feliz.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Trânsito
Eu gosto de ter carteira, de ter um carro disponível, gosto da prática e da independência que isso me proporciona. Mas eu odeio dirigir.
Eu odeio dirigir porque o trânsito faz transparecer todas as falhas e os podres da sociedade. Ou você acha que uma pessoa que acelera pra passar correndo no sinal vermelho é um bom cidadão? Você acha que o motoqueiro que fica olhando o semáforo alheio amarelar pra sair antes do dele esverdear pode ser uma pessoa que tem um mínimo de consciência social? Acha que são racionais aquelas pessoas que buzinam quando o trânsito está parado? Que tipo de atitude você espera de alguém que dirige embriagado?
Isso pode ir longe.
E se você acha que são apenas os motoristas que me irritam, se engana muito. Eu tenho vontade de gritar pela janela do carro quando os pedestres afunilam o caminho, pela pressa de atravessar. Um dia eu ainda vou denunciar aquela mãe que coloca o carrinho de bebê na frente dela pra atravessar a rua. E tudo isso fora da faixa de pedestre, óbvio. No Brasil o conceito de faixa de pedestre não pegou. Os motoristas não entendem e os pedestres muito menos.
Esse trânsito fica cuspindo na minha cara a sociedadezinha medíocre em que eu vivo. Ele mostra que não basta você fazer a sua parte, se tiver outra pessoa por perto fazendo errado o seu esforço é anulado. Quem está fazendo errado vai sempre conseguir o que quer. E, se não conseguir, os dois lados sofrem as consequências.
E isso não é o puro reflexo de tudo que se passa no Brasil?
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Geração Coca Cola?
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Toxicity
Tinha uma época que eu juntava minha mesada só pra comprar CD. Eu adorava e fazia questão de ter os meus CDs favoritos, originais.
Eu já conhecia System of a Down por causa do meu irmão. Lembro bem de andar pelas ruas de Botelhos e dele botar o CD pra tocar bem alto, a gente ficava tentando entender a letra da música juntos.
Aí um dia eu fui no supermercado e achei, dando sopa, o Toxicity. A capa daquele CD me arrepiava, achava lindo aquele letreiro hollywoodiano e aquela foto amarelada.
Aí eu comprei imediatamente. Voltei logo pra casa e fui ouvir.
Você já passou por isso? Colocar pra tocar um álbum que você já conhece inteiro, mas ficar lá só pra isso, tirar um pedaço dos eu dia só pra ouvi-lo inteiro novamente?
Eu fiz isso. Fiquei sentada no chão, na frente do aparelho de som do meu quarto, coloquei pra tocar no máximo, fechei a porta do quarto.
Sabe aquele impacto da primeira música, Prison Song? Impacto mesmo, ela bate no peito, vibra tudo em volta. Ela anuncia o álbum todo que está por vir.
Então, imagine isso ao vivo.
01 de outubro de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Procurando o caderno
Vim procurar a receita na internet e vi que estava sem o caderno de receitas.
Fui procurá-lo na cozinha e resolvi tirar as coisas da mesa e colocar na geladeira.
Voltei pra procurar no quarto e achei umas imagens que eu queria colocar na montagem que faço embaixo do vidro da minha mesa de trabalho.
Tentei organizar as coisas pra colocar as imagens na montagem, mas pensei que ia demorar muito.
Desisti e voltei a procurar o caderno.
Olhei pro jornal e lembrei que tinha tirinhas pra recortar.
Recortei tirinhas de dois dias do jornal e lembrei que eu precisava fazer outra coisa.
Não consegui lembrar imediatamente o que era, achei que fosse algo do estágio.
Sentei em frente ao laptop pra começar a fazer o que eu achava que tinha que fazer e lembrei o que era que eu realmente queria fazer.
Fui procurar o caderno de receitas no outro quarto.
Achei o caderno com uma caixa de baralho em cima.
O baralho estava bagunçado, resolvi conferir se tinha perdido alguma carta.
Sentei na cama e conferi o baralho todo.
Realmente estava faltando um rei de copas.
Comecei a pensar nessa mistura toda de distração e procrastinação que tinha acabado de acontecer e resolvi falar sobre isso aqui no blog.
Ainda não anotei a receita.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Volta pra casa
- Vi três meninos batendo figurinha na porta do colégio; vi um restaurante que chamava “Nosso Lar”, me perguntei se o dono seria espírita; vi muita gente com roupa de ginástica na porta de uma academia; vi dois caras falando de um jogo de futebol; vi um carro de auto escola com a instrutora explicando algo sobre rotatórias para o aluno; vi um cara fazendo baliza; vi um cruzamento que tinha todas as esquinas chanfradas, pensei nas aulas de urbanismo; vi uma cadela no cio deitada no meio da rua com cinco outros cachorros em volta dela, e os carros desviando de todos eles; vi uma casa amarela que tem uma arquitetura bonita, diferente; passei por uma casa que tinha dois cachorros velhos, um pequeno e um grande, que não estavam mais lá, me perguntei se eles haviam morrido; passei por uma outra casa que tinha um Pit Bull vira-lata que abanava o rabo pra mim, mas ele não estava lá; e passei por outra que tem um Poodle preto que sempre late muito, mas ele estava dormindo; passei por uma mãe com uma criança levando o cachorro pra passear, o tênis da menina piscava e eu me perguntei o que será que o cachorro achava daquilo; passei por uma meleca amarela no chão que parecia mostarda velha; passei por um ferro-velho que tem uma placa de “Cuidado com o cão”, mas nunca tem cachorro nenhum lá; passei por uma moça perguntando pra vizinha se o controle que ela tinha achado mais cedo no quebra-molas era dela – não era; passei por um muro escrito “vende-se” e dois números de celulares embaixo, um começava com 88 e o outro com 91... mas, sei lá! Não reparo muito nessas coisas!
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Orgulho Hétero
Mais pra frente, nos livros de história, haverão registros dos dois maiores marcos de preconceito no mundo: o dia da criação do partido Nazista e o dia em que foi inventado o Orgulho Hétero.
Ei você, hétero retardado e orgulhoso disso, qual é o seu problema? Sério, qual é o seu problema? Você acha que é doença? Você tem nojo? Tem algum homossexual encostando em você? Você está sofrendo assédio? Você acha que é errado? Acha que não é de Deus? Acha que é contagioso? Te afeta em algum segundo da sua vidinha medíocre?
O orgulho gay só existe porque eles precisam de um dia pra respirar com alívio, sem a pressão de vocês.
Eles precisam de um dia pra ver que existe alguém do lado deles.
Eles precisam de um dia pra poder segurar na mão do companheiro sem temer nada.
Eles precisam de um dia pra agir com naturalidade.
Eles precisam de um dia pra falar o que pensam.
Eles precisam de um dia pra desabafar.
Eles precisam de um dia pra beijar na boca.
Eles precisam desse dia porque pra muitos deles é só esse dia que eles tem.
Vocês não sabem o que é ser julgado por amar outra pessoa.
Vocês não imaginam como é crescer num ambiente que te convence de que você tem algo errado.
Já ouvi muita gente dizer que tem pena de quem é homossexual, por causa dos problemas que vai enfrentar na vida. Pra mim, já começou aí o problema, com esse tipo de sentimento. Já está pré determinado que é algo, no mínimo, diferente. Por quê? É tão natural, é tão simples.
Você não vê problema nenhum em explicar pro seu filho o mito de um homem pregado numa cruz, com espinhos na testa e escorrendo sangue, mas acha o cúmulo ter que explicar pra ele porque dois homens estão de mãos dadas.
Sinceramente, enfie esse orgulho aonde você tem mais medo que te aconteça alguma coisa.
Tenha é vergonha de falar em voz alta sobre como a sua vida é fácil.
Esse post é dedicado com todo o meu ódio para todo e qualquer hétero homofóbico do planeta.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
With love, from me, to you
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Up and Coming Tour.
domingo, 8 de maio de 2011
Alergias
Deu vontade de fazer um texto sobre um monte de coisas que passaram pela minha cabeça hoje.
Eu fiquei fuçando no blog, relendo comentários, e deu uma saudade daquela época que eu postava várias vezes no mesmo mês, porque parece que eu estava com muita coisa pra falar e queria falar. Então resolvi postar em homenagem a isso.
As pessoas que não tem alergias são muito mais felizes. Alergia é uma doença, é a pior coisa que você pode ter, transforma a sua vida, chega a moldar um pouco a sua vida. Ontem eu vi rapidamente uma cena na TV de uma criança pegando algo em cima de um armário, uma caixinha muito empoeirada, e dando aquela assoprada por cima e depois passando a mão pra ver bem como era a caixinha por fora, antes de abrir. Essa soprada me dá vontade de espirrar, me coça o olho. Eu acho incomum ver uma pessoa sem alergias, sem pelo menos uma rinitezinha, então essa cena me parece muito irresponsável pela parte da criança, ou dos pais que não estão vendo-a fazer isso. Mas na verdade é normal, porque ela não tem alergias. Eu invejo aquela criança. Invejo mesmo, porque eu sei que aquilo era uma cena, mas tinha uma criança atuando ali, uma criança que realmente soprou um monte de poeira perto do rosto e não sentiu nada, a cena continuou sem ela precisar de uma bombinha, ou um lenço, ou um colírio, ou um médico.
Eu sou uma pessoa muito alérgica.
Poeira pode me fazer espirrar, tossir, lacrimejar, causa conjuntivite alérgica, bronquite, rinite, faringite, e vários outros ites.
Certos tipos de pêlo também podem me causar todos esses ites aí de cima.
Algum componente da urina de certos animais me da coceira, deixa minha pele vermelha, e também pode causar os ites aí de cima.
Eu tenho dermatite atópica, ou seja, eu sou alérgica ao ambiente em volta de mim.
Coco me faz inchar, pode fechar a minha garganta se inchar muito, se eu encostar pode deixar minhas articulações rangentes e inchadas também, me deixa vermelha, me faz vomitar, enfim, causa os tipos de reação alérgica mais poderosos.
Camarão não me cai bem, nunca comi muito porque vai fazendo minha língua coçar.
Cheiro de gasolina me dá náusea. (Isso nem é uma alergia)
E acho que é só.
Então eu não sei bem o que é uma pessoa não se preocupar com nada disso, eu não como nada sem investigar primeiro, eu não entro em lugares que ficaram fechados por muito tempo, eu não visto roupa que estava guardada por meses no armário, eu não posso arrumar a cama sem uma janela aberta, eu nunca poderia participar de uma briga de travesseiros, eu não posso nem rir além da conta, porque me dá bronquite.
Enfim, eu ando com antialérgico na bolsa e bombinha pra bronquite e remédio pro nariz, mas não é que eu sou hipocondríaca nem nada, eu só sou alérgica.
Eu amo cachorros, não tenho alergia deles, mas eu não poderia ter um cachorro no meu apartamento, eu não poderia ter um cachorro que sobe na minha cama ou no meu sofá. Eles não me causam alergia, desde que eu não viva no mesmo ambiente que eles.
Essa é a parte mais triste.
P.S.: eu era tão encanada que antes de eu dar o meu primeiro beijo eu ficava muito preocupada achando que poderia acontecer da outra pessoa ter tomado água de coco ou algo assim antes, e me dar alergia durante o beijo. hahahaha
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Fuzarca
terça-feira, 15 de março de 2011
Ela
Eu a achava fria.
Sempre gostei muito dela, ela não tinha nada de diferente, eu só a achava fria. Porque ela não se apaixonava. Nós estávamos numa época que parecia ser muito fácil se apaixonar por algum menino. Assim como era muito fácil se decepcionar, ficar triste, quebrar a cara. E isso não acontecia com ela. Porque parecia que ela passava por cima disso tudo, parecia que ela não sentia nada muito profundo. Mas eu não a achava fria como amiga, nem como filha, nem como irmã. Ela até dizia que se apaixonava, como todas nós, mas eu não sentia isso nela.
Eu me acostumei. Nem pensava nisso mais quando ela veio dizer que tinha virado gay. E fiquei sem pensar nisso durante muito tempo.
Até que eu a vi apaixonada. Um dia ela veio até mim sofrendo porque o relacionamento com uma garota não tinha dado certo. Eu nunca tinha visto aquele olhar nela, eu nunca tinha percebido esse amor nela. Por mais que ela estivesse chorando e sofrendo, eu me senti um pouco feliz. Não por vê-la daquele jeito, não. Eu queria mais era abraçá-la pra ela poder chorar tudo que tava guardado. Mas eu estava feliz por saber que então ela não era fria, nunca foi. Ela só não tinha tido a oportunidade de sentir isso antes. E eu sei que quando dá errado o sofrimento é uma desgraça, parece infinito. Mas estar apaixonado é uma sensação que qualquer pessoa deveria sentir. Passar por isso é essencial. É lindo.
Eu fiquei feliz por presenciar um momento lindo e extremamente triste ao mesmo tempo.
E fico feliz dela ter vindo me procurar, e fico feliz de saber que ela confia em mim.
Pena estar longe agora, sinto uma saudade danada.