segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Beatle nightmare

_Help
she is standing right in front of me,
now I need a place to hide away!
_Behind the shelter, in the middle of a roundabout.
There's still a chance that they will see.
_Now it looks as though they're here to stay.
I can't hide
with a couple of kids running in the yard
and when the night is cloudy...
Didn't anybody see?
_I don't know, she wouldn't say.
I told her I didn't,
you know that you can count me out.
_I said something wrong
and now my life has changed in so many ways,
it's getting hard to be someone,
I think you'll understand.
_Don't carry the world upon your shoulders.
_Something in the things she shows me
in the night when there's nobody there...
Some are dead and some are living!
_Very strange...
_I know, I'll often stop and think about them...
I don't want to leave her now
below the storm.
_Why she had to go?
_I don't know! I don't know!
_Does it worry you to be alone?
_When I'm home,
I think you know by now.
_But if you want money
could it be anybody?
_Let me take you down,
there'll be an answer.
There's nothing you can know that can't be known.
_A noise comes from behind!
There's a shadow hanging over me!
_... so, I looked around,
he come groovin' up slowly
and in his pocket is a portrait of the Queen.
_I wanna hold your hand...
_It's all right,
nobody came.
_So why on Earth should I moan?
I'm not half the man I used to be...
_I do appreciate you being 'round
until I find a way.
_It's easy,
I'd ask my friends.
_But of all these friends and lovers,
and all the people that come and go,
she is anyway
under the sea.
_Little darling,
she showed me her room
and they're safe.
Nothing is real.

I wake up to the sound of music.

terça-feira, 30 de julho de 2013

É bonita e é bonita.

Acabei de ver um vídeo lindo que foi o gatilho pra esse post.
É um vídeo da Jade Beall mostrando o corpo das mulheres depois da gravidez.
Depois da gravidez nenhuma mulher é a mesma, tudo muda na vida, por que o corpo não deveria mudar? Muda sim e fica lindo. Fica marcado para a vida como um corpo que já teve um filho! Quer marca melhor? Nenhuma tatuagem chega aos pés disso.
E eu não sei bem quem culpar, sociedade, cultura, mídia, religião, política, não sei mesmo, mas há muito tempo uma soma disso tudo vem controlando a mente das pessoas e ditando o que é bonito e o que é feio. E isso me mata. Como pode existir um padrão de beleza? Que ideia é essa? Nossa espécie tem tantas variações, nossos genes são tão diferentes, como decidir e impor esse padrão Barbie pra todo mundo? É muito errado isso. E é triste demais ver como é difícil mudar isso na cabeça das pessoas!
Eu sei que isso se aplica a homens e mulheres, mas ah, as mulheres... em meio a tanta luta pra serem tratadas do jeito que merecem ainda sentem essa necessidade de encaixar num padrão de beleza imposto por sei lá quem. Isso me entristece demais. Primeiro por eu perceber que existe um pouco disso em mim. Segundo por eu perceber o quanto isso é forte. Mais forte do que uma amiga ou uma mãe dizendo “você é linda”.
O espelho virou um inimigo. Ninguém se olha pra se admirar, apenas pra procurar defeito, pra ver se a maquiagem deixou de esconder alguma cicatriz, se o cabelo está tampando as orelhas, se a saia está tampando as coxas, se a bota faz a perna parecer fina, se o tênis a faz parecer grossa, se a blusa está deixando escapar a barriga... e isso tudo é muito triste.
Sou fã das mulheres que se acham bonitas, que se admiram, só nunca conheci nenhuma.


Um brinde à diversidade.

domingo, 21 de julho de 2013

The day I met him

E esse é um dia que eu nunca vou esquecer.
Conhecer ídolos é fantástico, chegar perto de uma pessoa que você conhece há anos, que admira, que ajudou a sua formação, é inexplicável. Só chegando perto pra sentir mesmo. Pode parecer que não tem graça, que passa rápido, que não significa nada. Mas só sentindo pra saber.
Agora, ele não é simplesmente uma pessoa que eu admiro, que gosto do que faz, de como faz, das atitudes, do estilo, não é um ídolo qualquer. Ele foi meu primeiro amor. Foi mesmo! Numa idade em que nada disso passava pela minha cabeça ele veio me mostrar algo novo. Ele é um marco na minha vida, pra sempre. Antes de hoje eu já afirmava que ele era, com certeza, a pessoa mais linda desse mundo. Depois de vê-lo de perto, muito perto, mas muito perto, eu digo que ele é mais lindo que qualquer coisa e em qualquer lugar.
Eu tive muitas horas pra pensar no que falar pra ele, e eu planejei várias coisas. Mas quando ele chegou perto eu só consegui olhar. Tudo aconteceu em slow motion. Foram alguns segundos, mas vou lembrar pra sempre com muito carinho. Eu fiquei olhando ele se aproximar, assinar e sorrir pras pessoas em volta, e quando foi a minha vez eu só pedi pra ele assinar. Fiquei olhando pra mão dele enquanto ele assinava. Depois agradeci e continuei olhando pra ele, pra fazer meu cérebro registrar perfeitamente o quão mais bonito ele é ao vivo. Aí pensei “eu não disse nada, tenho que dizer alguma coisa!”, como ele ainda estava perto, eu disse “you’re gorgeous” e recebi de resposta...

Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Johnny Depp. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram.

Ele disse “oh...” e me olhou de verdade nos olhos. E eu posso esquecer qual é a data exata de hoje, qual o dia da semana, o que foi exatamente que eu disse, o que ele disse, o que ele estava vestindo, que horas eram... mas eu nunca vou esquecer aquele olhar. E isso é único.


Hoje, dia 21 de julho de 2013, domingo, foi o dia em que eu vi o Johnny Depp. E ele me viu.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sobre as pessoas que conheci aqui.

Eu tive uma estratégia muito errada. Eu sou bem antissocial, sei disso, sou difícil pra fazer amigos, demorei muito tempo pra enturmar na minha universidade, e quando finalmente enturmei, vim pra cá, e agora não vou me formar com ninguém.
Mas, como eu ia dizendo, eu fiz escolhas muito erradas no começo, quando cheguei aqui, e isso não me fez bem agora, no final. Eu vim com a cabeça de que brasileiro é tosco até que se prove o contrário. E a tosca fui eu.
Eu tive a sorte de conhecer ainda no táxi, vindo do aeroporto pra casa, uma brasileira que me “provou o contrário” de cara. E nesse caso posso dizer que fiz uma amizade linda, pra vida toda. E por quê? Porque eu tive um ano todo pra cultivar isso, pra me apoiar e dar apoio, pra conversar e conhecer, pra criar um laço tão forte quanto família. Com uma pessoa. Uma.
Sim, eu conversava com todo mundo, é claro. Mas eu estava fechada, preconceituosa mesmo. Que erro!
Eu estava cercada de pessoas maravilhosas, de pessoas carinhosas, deliciosas de passar o tempo junto, e eu ignorei, só pra não falar que vim pra Inglaterra e fiz amigos brasileiros.
Enfim, o tempo passou e as pessoas foram se aproximando de mim, ou eu delas, não sei bem quem deu o primeiro passo, só sei que, pouco a pouco, fui conhecendo melhor as pessoas e fazendo amizades incríveis.
E agora tenho duas dores. Uma é a dor do arrependimento, por não ter me aproximado antes. É visível como as pessoas tem laços fortes entre si, laços que eu evitei e agora quero pra mim. E a outra dor é da saudade. Não a que eu carrego comigo desde que vim pra cá, essa tá aqui, muito bem alimentada e crescendo como um tornado. Mas a da saudade que eu sei que vou sentir. E aqui nem estou falando de Londres, estou falando das pessoas. Porque o Brasil é enorme. Aqui todo mundo mora a degraus de distância, mas lá... fiz amigos do sul ao norte. E no Brasil num tem trem delicioso e barato pra ir visitar. Vou voltar e vou acompanhar pelo Facebook as pessoas que já tive como irmãos.

Dedicado aos amigos daqui, tão queridos.

E me desculpem por julgá-los mal. Como eu disse, a tosca fui eu. Vocês são incríveis.

domingo, 16 de junho de 2013

Cachorro

Nasceu meio desnorteado, mas desde que adquiriu forças suficientes pra se virar sozinho só sabe fazer uma coisa: amar. Só sabe amar. Por amor ele aprendeu tudo que quiseram lhe ensinar, só pra receber os sorrisos e carinhos de volta. Por amor ele nunca guardou rancor daquele bronca que levou, ou do tapa na bunda, ou dos gritos. E esse amor é o que faz a memória dele nunca o deixar esquecer quem o amou de volta. Ele sabe quem o amou de volta, nem que for só um pouquinho, ele sabe. Ele reconhece todas as formas de amor. Ele é leal só por amor. Ele fica triste quando fica sozinho, mas ele espera por amor. E quando voltam, ele está cheio de amor pra dar.
Ele é puro amor.

Mas ele só aprende a amar se ele receber amor.

E eu amo.

Quanta saudade.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sobrinho


Fiz esse versinho pra te contar
Que quando eu achava
Que já amava muito na vida
Você veio me mostrar
O quanto mais eu posso amar.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Abraço


Pra mim o abraço sempre significou mais que o beijo.
O abraço é um ato de carinho, intimidade. É um ato sincero.
Ninguém consegue abraçar de mentira, sem sentir algo.

É o único gesto capaz de matar a saudade, é o gesto mais sincero de concilliação, a forma mais bonita de conquista e a mais pura de amor.

Sorrio de lembrar que te abracei quando te conheci.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Today


Hoje? Hoje eu queria chegar em casa. Casa mesmo. Lar. Queria abraçar meus pais e meus irmãos, queria sentir o cheiro da minha casa, queria que todo mundo sentasse em volta da mesa e jogasse algo junto, e que depois a gente jantasse algo que minha mãe fez, e ainda que depois a gente ficasse conversando até, um a um, todos irem dormir. Eu queria ouvir, pela primeira vez ao vivo, o meu sobrinho rir, e queria abraçá-lo até ter certeza de que ele se lembra de mim. Eu queria ouvir a bagunça dos meus cachorros quando eu chego, um chorando e o outro latindo, queria eles pulando em mim, queria deitar no chão com eles.
Eu queria as brigas e as risadas, os abraços e os beijos.

Era tudo o que eu queria nesse minuto.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Mind the gap

Quando eu vim pra cá, em 2009, passei 5 dias em Londres e usei o metrô todos esses dias. Em cada estação, a cada parada, "mind the gap". Foi marcante. Gostei da frase, me remetia a vários detalhes que gosto da Inglaterra. Pois bem, voltei pra cá em 2012 e fiquei triste por não ouvir mais a frase. No começo fiquei sem entender, achei que talvez eu não estivesse prestando atenção, ou não estivesse indo nas estações mais centrais. Demorou um pouco pra eu perceber porque eu não ouvia mais a frase clássica.
E não é que nesses anos o metrô daqui evoluiu? A frase não é mais falada porque não há mais "gap". Em algumas estações, as mais antigas, ainda se ouve a frase, mas na maior parte delas, não há mais nenhum vão considerável entre o trem e a plataforma, não há mais degrau, agora quase todo o metrô de Londres é acessível.
Eu fico cada vez mais orgulhosa dessa cidade.

terça-feira, 12 de março de 2013

My Dear London

Hoje eu e Londres fazemos aniversário de 6 meses.
Nos conhecemos em 2009 e nos apaixonamos, mas havia um oceano entre nós. E aí veio essa oportunidade de nos aproximarmos de novo, em 2012.
Nosso relacionamento começou delicioso e está indo muito bem, muito equilibrado. Sempre soubemos que não passaria de um ano e mantivemos isso em mente. Isso mantém o relacionamento estável. Assim nos amamos muito e profundamente no tempo que temos junto, e também nos suportamos em todos os momentos difíceis, porque sabemos que vai acabar logo.
E assim vamos levando.
No final vamos nos despedir ainda com muito amor uma pela outra e vai restar só a saudade gostosa do melhor tempo das nossas vidas.

Londres, só espero que esteja sendo tão bom pra você quanto está sendo pra mim.

sábado, 5 de janeiro de 2013

London, London


Acho que agora é um bom momento de finalmente postar algumas notícias sobre a vida londrina.
Eu vejo que tem muita gente do programa (CsF) que tá sofrendo muito com a saudade e muita gente tendo problemas de adaptação, coisas assim. Eu devo dizer que não está sendo tão ruim assim pra mim não.
No começo houve uma ansiedade, que está ameaçando se repetir agora, por conta do dinheiro. É que eu tive problemas excepcionais com a transição do dinheiro do Brasil pra cá. Eu já tinha recebido o dinheiro do governo, estava na minha conta do Brasil e demorou pra dar certo de transferir pra minha conta aqui. Mas isso tudo foi culpa de um funcionário maldito do Banco do Brasil mesmo. Depois eu tive problemas com o banco aqui, que é o NatWest, que demorou muito pra enviar minha senha. Sei lá por quê. Ninguém mais teve esse problema, então acho que foi zica minha.
Mas depois que isso tudo passou eu pude aproveitar mais. Fiquei mais tranquila.
Eu admito que tenho uns momentos depressivos por aqui, quando acho que meu trabalho da faculdade não está bom, quando bate uma saudade muito apertada... mas isso é normal, aconteceria em qualquer lugar.
No começo eu estranhei o esquema da faculdade, parecia que tudo estava fácil demais, eu tinha medo de estar perdendo a parte difícil. Na verdade a parte difícil veio depois, tudo foi se desenvolvendo de uma maneira meio lenta, mas ficou bem complexo. Mas ficou complexo de uma maneira interessantíssima! Eu estou adorando fazer um curso num esquema completamente diferente do que era no Brasil, estou adorando as diferenças. Parece que depende mais de mim, eu preciso me controlar e me cuidar pra fazer tudo certo. E o foco das minhas aulas aqui era tudo que eu queria! Eu não sei bem como são todas as faculdades de arquitetura do Brasil, mas na PUC eu sinto que eu não teria oportunidade de desenvolver esse tipo de raciocínio que estou desenvolvendo aqui. Então a experiência na faculdade está sendo muito produtiva.
Quanto ao fato de viver sozinha, estou gostando também. Estou sendo organizada de uma forma que me surpreende. E não estou me sentindo muito solitária, essa é a melhor parte. Não sei se é o Skype, se são os bons amigos daqui (tá no plural, mas não são muitos assim), se é a mente ocupada demais, se é o deslumbramento com a cidade, se é o ar, ou a água dura... só sei que está sendo suave. E eu ainda nem tive nenhuma crise de pânico! Tá lindo isso.
Agora no final do ano foi mais duro. Essa é a época do ano que eu tenho certeza que vou ver minha família toda, é a época mais feliz. Foi muito, mas muito difícil ficar longe de todo mundo. Foi até mais difícil do que eu imaginava. Mas estou bem, e pra não ficar triste penso no natal do ano que vem!
E outra, viver aqui é o máximo. Eu me sinto muito bem nessa cidade. No Brasil existe muita gente diferente por causa da miscigenação, todo mundo é descendente de alguma outra nação, mas todo mundo é brasileiro. E temos a nossa cultura, que é linda e rica, mas é só ela. Aqui não é assim. Aqui tem muita gente diferente, mas não são ingleses descendentes de outras nações, são pessoas de todos os lugares mesmo! E tem gente de todo lado! Uma mistura enorme de culturas. Mas o legal disso é que, por isso, todo mundo respeita todo mundo. Ninguém fica reparando nas roupas, no linguajar, no jeito de ninguém. E eu sei porque eu gosto de reparar nas pessoas, mas não com um olhar crítico, mas um olhar curioso, um olhar fascinado. Porque é assim que eu me sinto por aqui: fascinada. O tempo todo. Com tudo.
Eu sei que nada é perfeito dessa forma que eu estou descrevendo, mas é que eu gosto até dos defeitos daqui. Fazer o quê...
Mas é inegável que Londres me faz bem. Minhas alergias de pele sumiram, nem lembro mais. E o frio, estou adorando, juro que já me acostumei. E percebo isso por causa das roupas. Alguns casacos que eu usava quando cheguei aqui são os mesmos que tenho usado agora, e está bem mais frio, os graus não mentem. E quando faz calor, nem é tanto assim (sei disso porque já estive aqui no verão antes). Então estou adorando tudo. Até essa fog, que eu acho linda e charmosa.
E viver do lado de um aeroporto é legal! Já quase nem noto o barulho dos aviões mais, mas de vez em quando ainda paro pra olhar um pouso ou uma decolagem, e isso só me ajuda com meu medo de voar. Os voos aqui parecem sempre tão tranquilos.
E a minha vista... ah, a minha vista. Eu sei que o que tem aqui do lado não é o Tamisa propriamente dito, sei que é só um canal. Mas ver o pôr do sol pintando a água de laranja e as luzes da noite piscando na superfície inquieta do rio... é lindo.

To adorando tudo isso. E por mais que o esquema todo do Ciência sem Fronteiras pareça estar meio desorganizado, eu só tenho que agradecer pela oportunidade única. E devo muito à galera da UEL também, que nos trata com cuidado e atenção.

“I choose no face to look at, choose no way
I just happen to be here, and It's ok
green grass, blue eyes, grey sky, God bless
silent pain and happiness
I came around to say yes, and I say” [Caetano Veloso – London, London]