terça-feira, 28 de julho de 2009

Conversa com Cachalote



Cachalote diz:
Eu sou um peixinho.
Luiza Poulain diz:
Você é?
Cachalote diz:
Sim.
Eu tinha uma dona.
Luiza Poulain diz:
Quem era ela?
Cachalote diz:
Não sei, eu só tinha.
Luiza Poulain diz:
E o que aconteceu?
Cachalote diz:
Ah, eu era triste.
Mas ela era feliz.
Ficava alegre quando eu nadava, e via meu pequeno brilho dourado.
Ela me deixou ir embora, o mais estranho, é que apesar de ser triste, não queria deixá-la.
Ela era tão alegre.
Luiza Poulain diz:
Então ela te fazia feliz.
Cachalote diz:
Eu só gostava de fazê-la feliz.
Luiza Poulain diz:
Se ela era feliz, por que te deixou ir embora?
Cachalote diz:
Acho que ela percebeu o quão eu era, err, bem...
Triste
O chato é que depois de me deixar ir embora, eu ainda continuo triste.
Luiza Poulain diz:
Talvez fosse melhor ter continuado com ela...
Cachalote diz:
Como ela saberia?

What will you do when the label comes off?

E por baixo de tudo isso, como você é?
O que há escondido no seu âmago?
Quais são os segredos que você não conta nem pra sua sombra?
O que você faria se ninguém pudesse te ver?
O que você pensa antes de dormir?
Com quem deseja sonhar, todas as noites?
O que te da conforto?
O que você comeria, se não se importasse com a saúde?
Quais as suas manias?
Qual o seu cheiro, sem perfume?

Para se aproximar de alguém, para criar intimidade, você deve deixar o super ego de lado, deve se mostrar como é e tentar enxergar como o outro é.

Ou você espera esconder tudo a sua vida inteira?
Vai usar esta maldita máscara enquanto dorme? Enquanto ronca? Enquanto se limpa no banho? Uma hora o rótulo sai.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pi


E quem diria que eu o veria de novo.

Do acidental, porém previsível, coito entre uma boxer linda e um rottweiler especial nasceu o Gorba.
E desde o começo todo mundo falando da cor dele, da carinha, da manchinha branca no peito. Realmente, desde pequeno ele lembra demais o Prisco.
Mas só agora, depois de vê-lo crescido, com 8 meses, é que pude constatar: a nossa família teve a sorte de conhecer o melhor cachorro do mundo duas vezes.
Além de tudo, o Gorba está ficando um doce. Como é gostoso brincar com ele.

E que saudade do "Zé do Pi".
Ps.: cena grudada na mente "Na, nana, nananana, nananana, hey Jude."

domingo, 26 de julho de 2009

Panis et Circenses

Assumo, a política do pão e circo, de vez em quando, funciona comigo.
Acho lindo o país do futebol se destacar em outras coisas, mesmo que seja no esporte.

Acho lindo algum brasileiro se destacar por qualquer coisa.

Ano passado, assisti à fórmula 1 todos os domingos. Adorava ver o Massa deixando aqueles metidinhos de países desenvolvidos para trás.
Na última corrida eu realmente achei que ele ia ganhar. Só precisava da ajuda de Murphy para o Hamilton rodar, ou quebrar, ou ser ultrapassado pelo Vettel. Como foi. E o Massa em primeiro. E ele ia ganhar. E a minha pressão baixou. E ele passou pela linha de chegada. E ele era campeão. E o Glock ficou para trás. E o Hamilton ganhou. E o Massa chorou. E eu chorei com ele.

Aí nesse ano perdeu a graça. O Rubinho teve uma sorte do capeta, mas, pra variar, só fica em segundo. Aliás, nem sei, parei de assistir. Mas nesse último sábado meu irmão me ligou.
"Tá vendo o que tá acontecendo?" - "Não, o quê? Que medo!" - "Medo mesmo. Liga na Globo aí, depois a gente se fala."
O cara que (pelo menos no ano passado) fazia todo mundo levantar cedo no domingo, bateu. Passou reto numa curva, bateu com força. Alguma peça voou no capacete dele.
Nenhum comentarista, em nenhum canal, teve coragem de falar nada. Mas e a semelhança? E o medo de perder outro campeão brasileiro de fórmula 1?
O Brasil inteiro pensou no Senna. E todos tiveram medo de perder o Massa.
Não foi a mesma coisa, depois de um tempo o Massa acordou. Mas ele não está muito bem, vamos ver no que vai dar.

Puro pão e circo. Mas adoro. Caí no esqueminha.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

LED ZEPPELIN II

  1. WHOLE LOTTA LOVE - 5:34
  2. WHAT IS AND WHAT SHOULD NEVER BE - 4:45
  3. THE LEMON SONG - 6:19
  4. THANK YOU - 4:50
  5. HEARTBREAKER- 4:14
  6. LIVING LOVING MAID (SHE'S JUST A WOMAN) - 2:39
  7. RAMBLE ON - 4:24
  8. MOBY DICK - 4:22
  9. BRING IT ON HOME - 4:20
PRODUCED BY: JIMMY PAGE

terça-feira, 21 de julho de 2009

Mind the gap


Quando conto de Londres e mostro as fotos, todo mundo fala o que eu pensei na hora: parece cenário de filme.
Porque todo mundo já ouviu falar dos ônibus vermelhos de dois andares, mas ninguém imagina que aquele é o circular que todo mundo usa pra ir trabalhar. Todo mundo sabe que tem aquela cabine telefônica lindinha, mas ninguém imagina que são todas assim e que têm colado em seu interior propagandas de prostitutas.
Através de fotos e filmes, eu já conhecia muito de Londres. Mas estar lá, respirar aquele ar que é puro, encostar em tudo para ver que é mesmo real, ouvir crianças, jovens e velhos falando com aquele sotaque delicioso, é mágico.
A educação e a preocupação dos britânicos com os turistas e estrangeiros é inacreditável.
Mind the gap. Look left. Keep right. Push the button and wait for the signal. Way out. Fire exit. Please, order at the bar. You are here. "No problem". "She's friendly, you know".
Me disseram que eles eram frios e antipáticos. Talvez até sejam com quem mora lá, mas eu, como turista, que só dei uma passadinha e fiz algumas perguntinhas, me apaixonei pelo povo britânico. Simpáticos, amigáveis, gentis, educados (de uma forma que os brasileiros não imaginam), interessantes, preocupados e apaixonantes. Mas o melhor de tudo e ver a diversidade. Isso até pode ser observado no Brasil, mas não falo só da diversidade de raça, origem, cor, estatura. Lá a diversidade mais notável é a de estilo. Você vê gente com a roupa mais conservadora do mundo, parece que foi comprar roupa no museu, e ao lado um punk de cabelo verde. Você vê gente despojada a ponto de duvidar se aquela pessoa tem espelhos em casa, e ao lado um executivo com sua maleta e o braço todo tatuado. A ausência quase total de preconceito é fascinante. Lá eles simplesmente entendem o óbvio: a cor do cabelo, o número de piercings ou tatuagens, as roupas, o estilo, não interferem no caráter e na habilidade de alguma pessoa. É óbvio... utópico!
Falar mal da mãe de um britânico pode não ofendê-lo tanto, mas falar mal da Rainha pode ser pior que briga de hooligan. É muito bonito e tocante o amor dos britânicos por aquela senhorinha simpática.
Ah, e as casas! Em sua maioria sobradinhos de tijolo à vista, com portas coloridas de dormente branco, e janelinhas brancas. Escadas à frente da porta principal e escadas ao lado, para descer ao porão ou à outra casa. Chaminés de calefação. Quarteirões de casas iguais e lindas. Pouca diferença na arquitetura, estilo sempre parecido e um padrão apaixonante.
Londres respira tradição. Londres cheira à diversidade. Londres exala respeito.
E o ar é puro, e o Tâmisa é limpo e cheiroso, e as ruas são utopicamente limpas... e tudo vai ficar gravado como um curta-metragem na minha vida.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Slow Motion


Quando acontece algo fantástico comigo, algo que parece bom demais para ser verdade, eu sinto como se tal cena passasse em slow motion. Até parece que é de propósito para eu poder saborear mais o momento.
Pois bem, passei 16 dias em slow motion.
Ao ver um filme que se passa na Inglaterra eu achava tudo lindo, perfeito, apaixonante, utópico. Eu simplesmente não acreditava que tal estado de perfeição podia ser alcançado.
Sem cortes, sem maquiagem, sem script, sem diretor ou roteirista. A Inglaterra é tal qual àquela das telas de cinema. E eu não vi só o lado aparentemente maquiado no qual se fixam os turistas. Eu vi tudo, eu vi o interior, a essência, o underground, o trash... e é tudo perfeito.
Ler, ver fotos e filmes, não é o bastante para acreditar no que estou dizendo. É necessário o uso e o abuso dos cinco sentidos para crer.
E é exatamente por isso que eu queria que vocês estivessem lá. Eu queria dividir esta sensação com vocês, queria que entendessem porque os meus olhos embaçam e o meu coração dispara, só de lembrar. Eu verdadeiramente não consigo explicar o que flui no meu corpo ao pensar na Inglaterra. Imaginem, então, o que fluiu ao estar lá.
Quem eu queria que estivesse lá comigo, sabe que eu queria, não preciso nomear.


Um asterisco: entre todos os lugares que visitei, eu me apaixonei por Londres. Mas isso merece um outro post.

"How I wish you here." [Pink Floyd]

quarta-feira, 1 de julho de 2009

See you later.

"Saudidis!"
E foi assim que ganhei a primeira festa surpresa da minha vida! Aniversário? Não, despedida! Vou embora? Não, vou ali no outro hemisfério e já volto.
Yeah! Amanhã embarco para a Inglaterra! Vou realizar um sonho!
Aliás, dois sonhos realizados. Eu sempre quis uma festa surpresa. Essa foi completamente inesperada, eu nem imaginava. Foi lindo, me emocionei, demorei para crer! hahaha
Obrigada Mah, minha irmã querida, minha ninam!
Obrigada Lelê, meu cunhado (hehe), por ter aparecido!
Obrigada Cho, minha querida, minha manicure! hahaha
Obrigada Léo, saudidis, meu melhor amigo, meu psicólogo!
Obrigada Fizuca, fofutizuca, minha fofinha preferida!
Amo muito vocês!
E o outro sonho: vou conhecer Londres!
Obrigada Pailo e Mãena, por deixarem para viajar em julho e por me levarem!
Também amo muito vocês!
Vou fazer de tudo para voltar com sotaque e sem gripe suína! hahahaha
Vou voltar em alfa, isso sim.
Tentarei postar de lá, para contar do meu sonho. Mas não sei se vai dar certo, então talvez eu fique sem aparecer por um tempo no mundo internauta.

Se eu não reaparecer em 16 dias, me procurem na 6ª temporada de Lost.
Não sintam saudades, já, já estou de volta.