Eu estava vendo vários bebezinhos no berçário e, apesar
de lindos, nenhum me causava nada. Eu já sabia que o Tomás estava a caminho do
berçário quando a enfermeira entrou com um embrulhinho verde. Quando ela o
colocou peladinho no berço e eu e meu pai vimos que era um menino, nos
inclinamos pra ver se era ele. “Tem etiqueta no braço, tá escrito Graciella...
é ele pai! É ele!” De repente aquele menino, que até então era só um bebê
rosadinho, aos meus olhos, começou a ganhar personalidade, os seus gestos e
barulhos significavam algo além do que posso explicar. Pronto. Ao saber que
aquele ali era o filho do meu irmão e da minha cunhada, que enxergo como irmã
também, eu simplesmente o amava profundamente.
Eu e meu pai nos abraçamos forte, choramos muito, felizes
demais por mãe e filho estarem bem. Depois eu senti na pele como é esse famoso
choro de berçário, lágrimas que não escorrem pelo rosto, mas caem diretamente
dos olhos no chão, porque estava inclinada, atenta à todos os movimentos desse
meu garoto.
Ah, meu garoto, espero que goste do meu colo, do meu
cheiro, da minha voz. Espero não ser muito desajeitada. Ah, meu garoto, mal
posso esperar pelo seu abraço e seu sorriso, quero você perto. Ah meu garoto,
esteja sempre perto! Ah, seja sempre o meu garoto.
Todo amor que houver nessa vida.